quinta-feira, 21 de abril de 2011

GASOLINA DE PRESIDENTE MEDICI E UMA DAS MAS CARA DO BRASIL


Enquanto no Maranhão o preço médio da gasolina e de R$ 2,90 (dois reais e noventa centavos) aqui em Presidente Médici a gasolina é de 3,00 (três reais), é difícil de entender o por que desse preço já que não moramos em um lugar de difícil acesso e não se cobra pedágio em nossas rodovias, enquanto isso quem paga conta são os usuários e a população já que tudo chega por rodovias até as passagens ficam mais cara, os alimentos, vestuário entre outros.
O Maranhão e o estado com o segundo  preço mais caro, perdendo apenas para Bahia.
Por Assis Ericeira

O Mito do Tiradentes


Tiradentes pode ter sido mero bode expiatório no trágico desfecho da Conjuração Mineira. Mas a decência com a qual se comportou ao longo do lento e tortuoso processo judicial e, acima de tudo, a altivez com que enfrentou a morte, o tornaram, no ato, não apenas a maior figura do movimento, mais também um dos grandes heróis da história do Brasil. Enquanto a maioria dos conjurados chorava, balbuciava e se maldizia – trocando acusações e blasfémias diante dos jurados –, Tiradentes manteve a dignidade, o senso de camaradagem e uma tranquilidade despojada que, da mera leitura dos atos, sua presença refulge imponente e quase majestosa. Embora, de início tenha tentado negar a existência da conspiração, tão logo as acusações se tornaram evidentes, Tiradentes tratou de atrair toda a culpa sobre si, praticamente se apresentando para o martírio ao proclamar responsabilidade exclusiva pelo movimento. Ao saber que, além dele, outros conjurados tinham sido condenados à morte, Tiradentes declarou: “Se dez vidas eu tivesse, dez vidas daria para salva-los”.

Não houve, por parte dos acusados, qualquer espécie de retribuição. Com toda a confusão de seus depoimentos, nenhum negara a participação de Tiradentes nem seu entusiasmo fanático e às vezes imprudente pela revolução.
Para a Coroa, alferes também despontava como vítima ideal: primeiro, era alguém com todos os ressentimentos de um típico “revolucionário francês”. Depois, não era ninguém: “Quem é ele?”, perguntara uma carta régia enviada de Lisboa ao desembargador Torres, juiz do processo. “Não é pessoa que tenha figura, nem valimento, nem riqueza”, foi a resposta. Além do mais, quem levaria a sério um movimento chefiado por um simples Tiradentes? enforcá-lo, portanto, teria o efeito máximo como advertência e o mínimo como repercussão.
Mas os caminhos da história escolheram outras vias e, um século depois, Tiradentes seria transformado no grande símbolo da república – independentemente do papel que tivesse desempenho na Conjuração. Por anos a fio, a historia da revolta subsistira apenas a memória popular. A partir de 1873, e até 1893, a literatura e a historiografia começaram a transformar Tiradentes numa espécie de cristo cívico. Ele renascera um pouco antes – no livro Brasil pitoresco, escrito em 1859 pelo francês Charles Ribeyrolles, na figura de um herói republicano “que sacrificara por uma idéia”. Em 1873, porém o historiados Alferes Tiradentes.
Washt Rodrigues.
Museu histórico Nacional.

Joaquim Norberto de Souza lançou sua História da Conjuração Mineira.
Descobridor dos Autos da Devassa, ele foi o primeiro a consulta-los. Após treze anos de pesquisa, concluiu que o papel de Tiradentes fora secundário e que, por causa da “lavagem cerebral” a que o teriam submetido na prisão os frades franciscanos, substituíra o ardor patriótico pelo fervor religioso. “Prenderam um patriota, executaram um frade”. Os republicanos, já tentando alçar Tiradentes ao papel de símbolo do regime que estava para nascer, protestaram. Negavam ter Tiradentes beijado as mãos e os pés do carrasco; não aceitavam a versão de que ele dirigira à forca com um crucifixo; não acreditavam que tivesse dito que, como Cristo, também morreria nu. Mas o fato é que as semelhanças entre a paixão de Cristo e o martírio de Tiradentes eram tão evidentes (não faltava nem Judas nem Pedro – e, agora, nem ressurreição) que depois de estabelecida a República, até mesmo os pintores ligados ou contratados por lês passaram a representar Tiradentes como se fosse Jesus no patíbulo. Com a passagem dos anos, a memória e as imagens de Tiradentes continuaram sendo esquartejadas.
(EDUARDO BUENO, 2002)

A Sentença de Tiradentes
A Sentença do Alferes Joaquim José da Silva Xavier foi ‘pronunciada em nome da Princesa de Portugal, D. Maria I, às 2 horas da manhã de 19 de Abril de 1792’.
Eis a Sentença: “Pelo abominável intento de conduzir os povos da capitania de Minas a uma rebelião, os juízes deste tribunal condenam ao citado réu a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra a morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em o lugar mais público dela será pregada, em poste alto até que o tempo consuma; e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes, pelo caminho de Minas, onde o Réu teve suas infames práticas, até que o tempo também os consuma; e declarem o réu infame e seus filhos e netos, e os seus bens aplicam para o Fisco, e a casa em que vivia na Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e no mesmo chão se erguerá um padrão, pelo qual se conserve a memória desse abominável réu”.
As faces de Tiradentes
Não se sabe como era as feições de Joaquim José da Silva Xavier.
Todos os retratos (representações) são fictícias, fruto do imaginário dos artistas. Nenhuma das obras utilizou informações vindas de fontes supostamente confiáveis.
Durante o julgamento dos Inconfidente, Alvarenga Peixoto descrevera Tiradentes como “Feio e espantado”. O depoimento do Frei Penaforte, que presenciou o julgamento, indicava também que, ao ser conduzido ao patíbulo, o réu estava “com a barba e a cabeça raspadas”.


Na análise das obras feitas por José Murilo de Carvalho no livro A formação das Almas – O imaginário da Republica do Brasil, “Tiradentes surge como o Mártir Ideal e imaculado na brancura de sua túnica de condenado”. Desta forma se tornou aceito como símbolo nacional tanto por alguns monarquistas e abolicionistas como pelos republicanos. Também no século XX, grupos militares
ditadores, grupos revolucionários de esquerda e o dinâmico Teatro de Arena lhe confere o Título de Patrono Cívico do Brasil.
Bibliografia
Brasil: Uma História. A incrível saga de um país – Eduardo Bueno – Ed.
Àtica
Nova História Crítica do Brasil – Mario Schmidt – Ed.Geração
A formação das Almas –O imaginário da República – José Murilo de
Carvalho – Ed. Nova Terra