quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mudanças de regras previstas no Código Florestal aprovado na Câmara ameaçam a maioria dos estoques de carbono.


Desde o início da colonização européia do Brasil, 2,6 bilhões de árvores foram derrubadas, estima o IBGE no estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal. O Pará com cerca de 1,2 bilhões de arvores  foi o estado que mais desmatou. A área desmatada representa 15,3% da vegetação original do bioma.

A pesquisadora Rosângela Garrido destaca que os maiores estoquem de carbono no solo estão em áreas de manguezal e campinarana, ameaçadas por mudanças de regras de preservação previstas no Código Florestal aprovado na Câmara.

As perdas de árvores estão concentradas no Leste (Pará, Maranhão e Tocantins) e no sul (Mato Grosso e Rondônia) da chamada Amazônia Legal. A pecuária aparece na publicação do IBGE como principal responsável pela alteração da cobertura original da terra, representando 51,7% da área desmatada. A vegetação secundária (que surge naturalmente após o abandono de áreas usadas pelo homem) correspondia a 32,1%, e a agricultura, a 15,2%.

A Amazônia Legal ocupa 5.016.136,3 km2, que correspondem a 59% do território nacional. Nela vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). Além de conter 20% do bioma Cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia, o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável, informa o IBGE.